AOS PROFESSORES, AOS MISERÁVEIS, A PAULO, ADEUS
Sinopse
Brasil, 2030. Em meio às censuras de uma nova ditadura e um forte movimento separatista da região Nordeste, uma professora de língua portuguesa cruza o país em busca de refúgio no estado do Ceará. Neste trajeto, ela troca cartas codificadas com um interlocutor secreto, por meio das quais discorre sobre a miséria que assola o país, suas memórias da sala de aula e a prática de uma pedagogia emancipatória. A professora procura manter a lucidez apoiando-se na paixão pela língua e na luta por uma educação libertadora.
Fotos: Cesar Barbosa e Douglas Scaramussa
O espetáculo “Aos professores, aos miseráveis, a Paulo, adeus” estreou no Museu da Imigração de São Paulo, em setembro de 2021, mês do centenário de nascimento de Paulo Freire. No mesmo ano, por meio da Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo, circulou pelos teatros distritais Alfredo Mesquita, Cacilda Becker e João Caetano.
O objeto disparador desta pesquisa foi o romance “O Quinze” de Rachel de Queiroz. O livro, primeira obra da então jovem escritora, versa sobre a histórica seca de 1915 e termina com a chegada de Cordulina e sua família à São Paulo, depois de longa saga pelo interior do Ceará e profundas perdas.
A transposição da narrativa, tecida no início do século XX, para o início do século XXI foi nosso ponto de partida. Rachel denunciou, de modo inequívoco, as desigualdades sociais a que estavam (estão?) submetidas grande parte de nossa população. Nos pusemos a realizar o exercício de refletir sobre quais seriam as nossas mais urgentes denúncias nos dias de hoje. Qual seria a realidade encontrada por Cordulina? Para onde iria? Como sobreviveria na metrópole? Estes questionamentos foram ancorados, fundamentalmente, pelo pensamento de Paulo Freire de denúncia e anúncio, com vistas a olhar para o tempo presente e projetar possíveis cenários futuros. Neste monólogo, estruturado em cartas, educação, democracia e temporalidade sustentam a narrativa fabular em um regime de exceção de um Brasil distópico.
Paulo Freire
Nosso homenageado neste espetáculo é um dos maiores pensadores da educação de todos os tempos. Suas contribuições teóricas e práticas se guiavam por uma perspectiva de emancipação dos sujeitos em relação à estrutura de desigualdade brasileira. Um exemplo emblemático de sua práxis é conhecido como "As 40 horas de Angicos", experiência realizada numa cidadezinha localizada no sertão do Rio Grande do Norte em 1963, em que cerca de 300 adultos foram alfabetizados durante um curto período de tempo. Um ano depois, perseguido pela Ditadura Militar Brasileira, Paulo Freire foi exilado.
Direção Audiovisual: Cesar Barbosa.
Crítica
Aqui você lê a crítica teatral do portal Ruína Acesa escrita em forma de carta pelo afiadíssimo Amilton de Azevedo.
Premiações
Aos professores, aos miseráveis, a Paulo, adeus participou da 7ª edição do FestKaos realizada em 2022. Na mostra competitiva, recebemos indicações nas categorias de mostra melhor espetáculo, texto, atriz, cenografia, trilha sonora eiluminação. Rosana Pimenta conquistou o prêmio de melhor atriz e nossa peça alcançou o terceiro lugar na categoria de melhor espetáculo.
Fotos: Cesar Barbosa e Douglas Scaramussa
Ficha Técnica
Realização: Núcleo Barro 3
Concepção: Douglas Scaramussa, Lucas França e Rosana Pimenta
Direção: Lucas França
Atuação: Rosana Pimenta
Dramaturgia: Gustavo Braunstein
Preparação Vocal e de Elenco: Gabriela Flores
Preparação Corporal: Lilian Vilela
Direção Musical: Lua Oliveira
Iluminação: Taty Kanter
Cenografia: Julio Dojcsar
Figurino: Silvana Marcondes
Operação de Projeção: Fagner Lourenço
Operação de Som: Caike Souza
Produção: Douglas Scaramussa
Audiovisual
Direção Audiovisual: Cesar Barbosa
Direção de Fotografia: Cassandra Mello
Assistência de Câmera: Thiago Rodrigues
Técnica de Som: Vanessa Silva
Música Original - Cordulina
Composição: Lua Oliveira
Voz Solista: Rosa Rhafa
Coro: Lua Oliveira, Rosana Pimenta e Rosa Rhafa Violão e Arranjo: Alisson Amador
Percussão: Lua Oliveira e Rogério Alves
Captação, Mix e Master: Fernando da Mata
Identidade Visual: Gustavo Braunstein
Assessoria de Imprensa: Vanessa Fontes
MoviCena Produções
Direção de Produção: Jota Rafaelli
Assistência de Produção: Jéssica Policastri
Fotos: Douglas Scaramussa
O projeto Aos professores, aos miseráveis, a Paulo, adeus foi contemplado pelo 17º edital do Programa de Valorização a Iniciativas Culturais - Modalidade 2 (2020) da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo e pelo edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc Nº36 (2020) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.