ERRANTES
Sinopse

Um coro de errantes caminha pela cidade. Seis figuras perseguem rastros históricos em monumentos que ilustram narrativas herdadas por uma colonização que vangloriou assassinos e espalhou seus ideais, por meio de símbolos e imagens, entre ruas e praças. Seus pés descalços buscam escutar tudo o que foi soterrado, emergindo o pulso do batuque que tem o poder de incendiar pensamentos ultrapassados. 

Fotos: Jamil Kubruk

Partindo da rua como um espaço que funda a identidade criativa do grupo, essa obra levanta o questionamento do que ocorreria se os trabalhadores decidissem parar. A dramaturgia, dividida em oito movimentos, traz performances relacionadas aos percursos do grupo pelos espaços da cidade marcados por homenagens a diferentes tiranos.  

"A linha condutora de ERRANTES é a observação da cidade. Olhar o espaço e problematizá-lo. A movimentação do elenco, apesar de ser coreográfica, tem proposição estética mais reta, linear, quase como corpos-máquina dentro de suas individualidades. São atores e atrizes que se utilizam de dispositivos da dança para compor imagens", conta o diretor Lucas França. 

A cenografia e o figurino também são pautados a partir das observações dos espaços públicos, trazendo a concretude desses lugares para os elementos cênicos do espetáculo. Os oito movimentos, inclusive, ocorrem em um cenário que remete a uma praça pública. Em certo momento, o coro de errantes também se organiza em uma espécie de festa-protesto, trazendo uma ideia de ocupação da cidade e propondo uma possível queda de figuras autoritárias.

Os corpos se movimentam dentro dessa estrutura concretada em diferentes formações, evocando a figura de errantes pela cidade. A sonoplastia é composta por uma trilha original com sonoridades presentes na cidade e a iluminação foi criada a partir de uma investigação sobre a iluminação de museus e de espaços públicos abertos.  

Por: Canal Aberto Comunicação

Fotos: Jamil Kubruk

Atividades de Mediação

O que será que ocorre se o corre parar? Essa pergunta presente em nossa dramaturgia é também o ponto de partida de um jogo que desenvolvemos para que o público de nosso espetáculo inicie o contato com o tema da peça antes mesmo do terceiro sinal tocar.

Você é convidado a realizar este percurso. Se quiser, também pode baixar o tabuleiro, imprimir e jogar com miniaturas. 

CONFIRA






























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Elaboração: Núcleo Barro 3 e Estúdio Pavio

Ficha Técnica


Realização: Núcleo Barro 3
Concepção: Douglas Scaramussa, Lucas França e Rosana Pimenta

Direção: Lucas França
Dramaturgia: Victor Nóvoa com fragmentos de texto de Manuel Rui
Elenco: Rosana Pimenta, Gustavo Braunstein, Guto Vieira,
Catarina Milani, Jefferson Brito Ramos e Letícia Oliveira

Pesquisa e Mediação: Douglas Scaramussa
Preparação Corporal: Fernanda Raquel
Preparação Vocal: Gabriela Flores
Cenografia e Figurino: Eliseu Weide
Aprendizes de Cenografia: Agnes Bordin,
Marina Pavez e Stephanie Inácio

Iluminação: Fellipe Oliveira
Sonoplastia: Leandro Wanderley
Operação de Som: Devão Sousa


Produção Audiovisual e Designer de Projeção: Cesar Barbosa
Fotografia: Thiago Rodrigues
Câmera: Kaique Chock
Operação de Projeção: Fernanda Guedella, Flavie e Paulo Higa 
Fotos: Jamil Kubruk
Staff fotografia de Estúdio: Kenai Films
Arte Gráfica: Estúdio Pavio


Assessoria de Imprensa: Canal Aberto Comunicação
Audiodescrição: Ver com Palavras
LIBRAS: Juliana Gonçalves


Coordenação de Projeto: Douglas Scaramussa, Lucas França e Rosana Pimenta
Produção: Movicena Produções (Jota Rafaelli)
Assistência de Produção: Jéssica Policastri 

cartas a ele.

O espetáculo ERRANTES é parte do projeto cartas a ele., cuja pesquisa foi trilhada a partir de um conjunto de etapas processuais até chegar aos palcos:

O que você diria a um fascista?

A ação inicial do projeto foi uma aula pública com a filósofa Marcia Tiburi, exilada do Brasil devido aos ataques e ameaças a que tem sido submetida nos últimos anos. A questão disparadora da conversa foi "O que você diria a um fascista?".


Monólogos Audiovisuais

As reflexões trazidas por Marcia Tiburi dispararam a troca de correspondências entre oito atores e atrizes e oito dramaturgos e dramaturgas, cujo resultado foi a produção de oito monólogos registrados em linguagem audiovisual.

Aulas sob a marquise 

Então, nos pusemos o desafio de investigar como o autoritarismo se manifesta pelos símbolos erguidos nos espaços públicos. Antes mesmo de iniciar a caminhada pela cidade, realizamos um ciclo de três aulas-públicas em parceria com o Museu de Arte Moderna. Na ocasião, convidamos a geógrafa Simone Scifoni; a historiadora da arte Vanessa Bortulucce; e a artista-performer Verônica Veloso.

Táticas do caminhar   

O projeto teve continuidade com caminhadas de deriva e travessia do elenco pelas regiões de São Paulo onde se encontram oito monumentos em homenagem a figuras e períodos autoritários da história. 

Performances

As derivas e travessias conduziram à idealização de oito programas performativos que foram realizados também nos entornos dos oito monumentos percorridos nas etapas anteriores. As experiências vividas nas ruas reverberaram na criação dramatúrgica e na encenação de ERRANTES. Também foram capturadas e deram origem a uma série de videoperformances.  

Esta carta é para ti

Nasce o texto do espetáculo ERRANTES. Sua dramaturgia dividida em oito movimentos tomou como base tanto os monólogos audiovisuais, quanto os cadernos de artistas, que foram suporte para a escrita criativa e reflexiva do elenco a partir de suas incursões pelas ruas em que estão as obras que homenageiam figuras autoritárias.

Fotos: Douglas Scaramussa e Lucas França

A o projeto cartas a ele. foi contemplado pelo edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc Nº36 (2020) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e pela 13ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a Cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura.